terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Quinto Império

Pessoa diz no poema "Quinto Império": "Ser descontente é ser Homem."
Os alunos do 12ºA comentaram:

4 comentários:

  1. Por vezes, o olhar do ser humano é iludido com certos pensamentos. Refletem crenças que só as mais rebuscadas idealizações permitem visualizar na realidade em nós contida e no exterior exposta. Desde já emito o meu juízo de valor: enganam-se! É nas mais simples projeções do quotidiano que nos são transmitidos os verdadeiros sentidos e realidades. É, por exemplo, estar num banco de jardim numa sexta feira à tarde, ao pôr do sol, e abraçados à pessoa que amamos olharmos os seus olhos e apercebermo-nos que todo o mundo, toda a circunstância converge para aquele singular momento em que não há limites. A nossa alma transparece e ficamos expostos. Mas não temos qualquer receio. A nossa vida está ali, bem à nossa frente.
    "Ser descontente é ser homem"! Pois bem, penso e volto a pensar e concluo que a nossa vida nada mais é que um constante rebuliço de ideias exasperadamente exteriorizadas. Estar em constante mudança é parte integrante da natureza humana, senão vejamos o processo de aprendizagem, a evolução em si mesma. As inúmeras e rebuscadas descobertas que, afinal, tivaram um início tão simples e que amplamente modificaram este modesto pátio de curta passagem que é o nosso mundo.
    Todos nós tendemos para algo. Acredito piamente que todos os Homens são esboçados para possuirem um espírito inovador. Afinal, de que se trata a Humanidade em si, senão inovação? Será tal facto uma realidade imutável?
    É ilusório o ato de pensar em si. Inflige no ser pensante uma capacidade de interligação faseada de ideias, ideias essas que são dissimuladas. Concentramo-nos cada vez mais no segmento lógico e concreto dos argumentos, esquecendo que, apesar de ansiarmos a perfeição, essa é impossível. O Homem tem ao seu alcance pequenos auxiliares que, apesar de serem por vezes tão deturpados pelos nossos desejos, influenciam diretamente todas as nossas decisões. Tais auxiliares são os afetos, as emoções, os sentimentos.
    O Homem deve ser um contínuo Renascentista. Deve ser detentor de uma "sede", uma ânsia de saber, de conhecimento. Só tal o fará prosperar e evoluir. Este facto é claro. Pretendo sim abordar a esfera do subjetivo, do ilusório para muitos, mas tão real e firme para qualquer ser humano.
    Vangloriam-se por serem assentimentais, introduzem na sua personalidade um caráter frívolo e egoísta. Olhamos de perto as pessoas desta índole que se intitulam de parte integrante da sociedade e vemos que, apesar de todos os seus esforços, o sentimento apodera-se de si. A ilogicidade é por vezes também dominadora. Mas apenas em situações de fracasso. O desenvolvimento humano deve ser constantemente acompanhado das vertentes aqui expostas. Senão, o que seríamos nós além de seres automatizados ou animais ferozes?
    A busca, o sentimento, as emoções são parte integrante de nós. Queremos evoluir, queremos sempre mais e melhor. Congratulo todos os que o fazem. Não obstante o que seria a vida de uma pesoa sem a componente sentimental. Simples. Não seria viver, seria uma angústia.

    Depois de tanto pensar, concluo. O homem deve ser incessante na procura da plenitude da sua vida mas, afinal qual é a lógica que funciona sem a emoção? Nenhuma. (Quem me quiser deter, tente! Eu estarei cá para continuar.)

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  2. Que seria do home se existisse so felicidade? A vida de cada ser humano e um conjunto de atitudes, de mudanças de pensamentos que cada um sonha e luta para atingir.Segundo o dicionario de lingua portuguesa descontente significa contrariado, logo podemos dizerser contrariado e ser homem, pois todos os dias encontramos pessoas diferentes que não pensam como nós, não têm o mesmo ponto de vistae ai somos contrariadose continuamos a ser homens e mulheres. Tanto no passado como no presente e como no futuroa vida é encarad como um obstaculo "escuro" que temos de desvendar ultrapassando coisa que nos contrariam e outras que nos apoiam, e nao deixamos de ser homens, dai podermos dizer que ser descontente é ser homem.

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  3. Devo confessar que se está a tornar cada vez mais difícil fazer introduções minimamente dignas quer para tão grande afirmação, quer para tão ilustre conjunto de ouvintes; no entanto entrego-me à minha tarefa com entusiasmo e esperança; seguro que não irei fracassar.Com efeito, procurarei primeiramente, mostrar qual é este "descontentamento" e depois, porque é que o "Homem descontente" é o único e verdadeiro Homem.
    Desta feita, perguntais vós: " O que é este descontentamento, de que Pessoa fala?" Posso responder-vos, que este descontentamento trata-se de uma característica que poucas pessoas possue,: esta característica é aquela que nos permite obliterar barreiras, olhar para o futuro e tal como o imperador dizer "Non plus ultra!", ou seja, não há limites. Este sim, é o verdadeiro descontentamento, pois o descontentamento passivo, aquele que vive de braços dados com o comodismo e a inação mais tarde é engolido pela vida; nas fileiras desta nossa vida, não deve haver lugar para choramingas, cobardes e alarmistas, pois não há nada mais torpe do que viver vencido e humilhado.
    Começamos agora a ver um pequeno esboço do Homem descontente, um esboço do verdadeiro Homem.
    O Homem, é aquele que de olhos postos no futuro, ciente "do sangue suor e lágrimas" que lhe espera, não vacila até alcançar aquilo que quer. Mas agora, surge uma interrogação de veras fulcral, "O que é que o Homem quer?". A resposta a esta pergunta é bastante simples creio eu - a eterna glória. Esta sim, é o verdadeiro sentido da vida humana; aliás, desafio alguém a levantar-se e referir outro. Só a glória nos permite viver eternamente, e é esta que o verdadeiro Homem procura alcançar.
    Ponhamos os olhos naqueles Homens, que descontentes com a sua situação, lutaram de uma forma extraordinária para quebrar barreiras e esboroar dificuldades, para assim construirem algo melhor; esta é a minha posição; outra não posso ter. Com efeito, a História não me deixa mentir e confirma-me. Em 1519 perante vastidão do Novo Mundo, o conquistador proferiu as seguintes palavras: "Basta o ânimo para conquistar o mundo inteiro."; e o facto é que com 500 homens e 16 cavalos Cortéz derrotou o vasto Império Asteca.É certo que esta empresa não é fácil, mas sim recheada de lutas incríveis e batalhas desiguais, nas quais nos teremos de socorrer da nossa bravura e coragem, pois o heroí é o Homem que luta apesar de ter medo. O verdadeiro Homem é aquele que dedica tudo ao seu dever, independentemente das dificuldades.
    Por fim, concluo dizendo que o"descontentamento" de Pessoa é aquilo que nos leva a dizer:"Chega! A mudança tem que ser feita!"; e o "Homem descontente" é aquele que pondo isto em prática procura a glória. Termino, apelando a todos nós: Transformemos os nossos pequenos "descontentamentos" em grandiosas hordas que varrerão o mundo e arrebaterão a verdadeira glória!
    Tenho dito!

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  4. O sonho é o que está para lá do horizonte, para lá do que a vista alcança. O sonho é o inexistente, o que não é realidade, pelo menos por agora. É o sonho que motiva a ação e a conquista. E também a desilusão. Se não sonhássemos não teríamos qualquer tipo de força motriz para vivermos. Desta forma, o sonho é o óleo que arde e se transforma na chama da vida. Se não houver óleo, não há chama. Miserável daquele que não sonha! Da mesma forma que o óleo se gasta, também o mesmo acontece aos sonhos.
    Alcançados ou desmoronados é preciso saber deixar para trás os velhos e estar constantemente a arranjar novos. Pequenos, grandes, passageiros, megalómanos, sonhos de uma vida, todos estes são matéria-prima, pedras em bruto que poderão ou não mais tarde vir a ser pedras preciosas.
    Os sonhos são esboços, «formas invisíveis» que envolvem um pouco de coragem e bravura. Todos nós temos um miudinho temerário em nós que nos faz sonhar. Alguns sonhos podem levar um dia a serem concretizados, outros uma vida. A viagem pode ser longa e o mais certo é haver muita turbulência. Mas no fim o que será mais importante, partir, as peripécias da viagem ou chegar ao destino?

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